Chapada dos Veadeiros: O Parque Nacional e suas maravilhas

Um dos parques mais bem organizados do Brasil e que possui belezas incomparáveis



O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi criado em 1961 e é um verdadeiro show de paisagens, contato com a natureza e diversão nas centenas de nascentes e cursos d água. Nele existem áreas preservadas de antigos garimpos, e foi declarado Patrimônio Mundial Natural em 2001 pela UNESCO. Este Parque que é a principal atração da Chapada dos Veadeiros tem sua portaria na Vila de São Jorge, a cerca de 1 km do centro e uma boa notícia: sua entrada é grátis!

Entrada do parque Nacional da Chapada dos Veadeiros


COMO EXPLORAR O PARQUE?

O Parque funciona de terça a domingo (segundas só em feriados, fechando no primeiro dia útil subsequente). Em janeiro e julho fica aberto todos os dias por causa das férias escolares. A entrada só é autorizada de 8h às 12h, já a saída tem horário limite de 18h. Uma dica importante: Chegue cedo em dias de feriado, pois existe capacidade máxima de visitação:
- Travessia das Sete Quedas: 30 pessoas acampadas/noite
- Trilha dos Saltos: 250 visitantes/dia
- Trilha dos Cânions: 200 visitantes/dia
- Trilha da Seriema: 30 visitantes/dia.

Mapa das trilhas do Parque Nacional


Ao chegar na portaria, os visitantes devem preencher um termo de responsabilidade e assistir um vídeo explicativo das trilhas antes de iniciar a caminhada. Na ficha do termo também pergunta para quais trilhas se pretende ir. São 3 trilhas básicas e 1 de travessia. Cada uma dessas trilhas é identificada por sinalizações feitas por cores ao longo do caminho do parque.

Sinalização das trilhas no parque


Marcações no chão também indicam a direção


A trilha mais curta, feita para quem tem dificuldade de andar longos percursos é a Trilha da Seriema, com apenas 800 metros, num terreno plano e bem marcado com setas azuis até chegar num poço do córrego Rodoviarinha, mas que fica cheio só em épocas de chuva. Me informaram que estava seco quando eu fui (dezembro).

As trilhas seguem em meio à vegetação do cerrado


A trilha mais longa é a Travessia das Sete Quedas, um percurso de 23 km para ser feito em dois dias, 17 km no primeiro e 6 km no segundo, com pernoite acampado num camping no meio do parque. A trilha termina na margem da rodovia GO-239, a 12 km de São Jorge e 24 km de Alto Paraíso. Não há estruturas de apoio no local e o traslado de retorno é por conta própria, pode ser de carona ou combinar com um táxi.  Para mais detalhes sobre a travessia, baixe aqui o Guia de Bolso com dicas e o mapa da travessia. Uma coisa importante é saber que para se fazer essa trilha deve ser feita uma reserva através deste link. O agendamento deve ser feito com antecedência mínima de 3 dias em relação à data de início e depende da disponibilidade de vagas. Por causa das chuvas, a travessia só é disponível, normalmente, de maio à novembro quando o nível do Rio Preto está mais baixo, por este motivo eu não fiz a travessia dessa vez.

Iniciei a caminhada pela Trilha dos Saltos


As outras trilhas são: a Trilha dos Saltos e a Trilha dos Cânions, cada uma com 10 km aproximadamente. O ideal é reservar um dia para cada e assim aproveitar melhor os banhos nos rios, mas como meu roteiro era apertado, resolvi explorar as duas num dia só, o que é possível, mas tem que começar até as 9h da manhã pois o parque fecha às 18h.


SALTO 120

Para fazer a Trilha dos Saltos se gasta entre 4 a 6 horas, dependendo do tempo que se aproveitam as atrações, a começar pelo mirante do Salto 120, uma cachoeira de 120 metros de queda d´água do Rio Preto. São 4 km andados seguindo as setas amarelas para chegar até aqui. Não existe banhos, apenas a vista da queda, o que já é algo impressionante e que vale a pena a caminhada.

O impressionante Salto 120 do Rio Preto


Não é possível acessar o poço do salto através da trilha


São 120 metros de altura


Este mirante é um dos mais visitados e bonitos do Parque


SALTO 80

Depois do Salto 120 a trilha segue mais 800 metros em direção ao alto do Rio Preto onde é possível nadar nas águas escuras. Perto dali está o Salto 80, outra queda de 80 metros. Neste ponto, as pessoas se reúnem na margem que se transforma uma praia em dias quentes de alta temporada, com direito a peixinhos nadando (e beliscando) os banhistas. A vista do Salto 80 é outro show da natureza!

As águas escuras justificam o nome do Rio Preto 


As margens do rio se transformam numa verdadeira praia


A grande atração deste ponto é o paradisíaco Salto 80


São 80 metros de queda que antecedem o Salto 120


Nadando de olho numa das maiores cachoeiras do Parque Nacional


CORREDEIRAS

Ainda no circuito da Trilha dos Saltos estão as Corredeiras do Rio Preto. Para chegar lá a partir do Salto 80 é necessário pegar um subidão de 800 metros e depois mais 1,5 km de estrada de areia branca formada das pedras de quartzo. No final está uma trilha suspensa que ajuda a caminhar até a chegada nas corredeiras, um lugar muito bonito, com pequenas quedas que formas hidromassagens naturais.

Trilha suspensa de 230 metros até as corredeiras


Margem de águas calmas na beira do Rio Preto


Pequenas quedas formam banheiras como hidromassagens naturais


CÂNION 2

O próximo circuito do dia foi a Trilha dos Cânions que é um pouco mais longa, pouca coisa de diferença da Trilha dos Saltos, que dura também entre 4 a 6 horas para se conhecer. Seguindo as setas vermelhas se passa por um longo caminho pedregoso de 5 km que atravessa uma alta ponte suspensa até chegar em uma bifurcação que leva ao Cânion 1 ou Cânion 2. O primeiro também é caminho da Travessia das Sete Quedas, então eu deixei essa trilha para uma próxima vez, quando a travessia estivesse aberta.  O Cânion 2 é um cenário espetacular de pedras e cursos d´água, em que se pode ter uma vista do alto.

Ponte suspensa no caminho da Trilha dos Cânions


Atravessar a ponte suspensa é uma das aventuras da trilha


Bifurcação para o Cânion 2 (vermelha) e para o Cânion 1 (laranja)


Do alto, a vista do Rio preto passando pelo Cânion 2 é uma obra de arte


O contraste entre as pedras e as águas escuras é a atração do local


CACHOEIRA DA CARIOCA

Ao voltar do Cânion 2, a trilha dá a opção de seguir por mais 800 metros até a descida íngreme que leva até a Cachoeira da Carioca. Lá em baixo é possível nadar no poço aos pés da cachoeira. Fiquei pouco tempo no local pois o tempo começou a fechar e a ameaça de chuva é perigo de uma possível tromba d´água. A chuva começou forte e eu, de poncho, subi rapidamente pela trilha íngreme e segui de volta à portaria. A chuva acabou antes da chegada na portaria do parque. Já eram quase 18h quando finalmente a aventura do dia terminou. Aproveitei para encher minha garrafa d´água no bebedouro do centro de visitantes e retornei para a Vila de São Jorge andando.

A bonita Cachoeira da Carioca é a última atração do percurso


O volume de águas é uma característica dessa cachoeira


O retorno pela trilha foi a despedida das belas paisagens do Parque Nacional


MEU ROTEIRO

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Roteiro completo: CHAPADA DOS VEADEIROS

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.