Cidades Históricas de MG: Andrelândia

Lugar de história antiga e de história muitíssimo antiga



A cidade de Andrelândia seria meu primeiro objetivo do roteiro e ponto inicial para acessar as demais cidades mineiras. A missão foi planejada para ser realizada de carro. O custo-benefício era bem melhor do que fazer os traslados de ônibus, pois infelizmente no Brasil, a máfia das empresas de transporte e os altos impostos rodoviários tornam as passagens bem mais caras do que no exterior.


DICAS DE TRANSPORTE

a) CARRO:

- Do Rio de Janeiro: existem dois caminhos básicos do Rio até Andrelândia. Eu escolhi a segunda opção:
Seguir até Juiz de Fora-MG pela BR-040 (182 Km) e, de lá, pegar a BR-267 até Andrelândia (mais 148 Km). Cerca de 5 horas de viagem. A entrada da BR-267 a partir de Juiz de Fora é sinalizada por placas indicando o caminho para a cidade de Lima Duarte-MG.
Seguir em direção a São Paulo pela Dutra e pegar a Saída 258A (Volta Redonda-RJ). De Volta Redonda vai seguir pela BR-494, passando por Santa Rita de Jacutinga e Bom Jardim de Minas. Vai sair na BR-267 (a mesma citada acima, que vem de Juiz de Fora), virar a esquerda e rodar poucos quilômetros até a entrada para Andrelândia. Total de 250 Km em 3h50 aproximadamente.
- De São Paulo: assim como no Rio de Janeiro, o caminho pode ser feito também pela Dutra, conforme a opção 2 descrita acima. Total de 415 Km.
- De Belo Horizonte: cerca de 280 Km.Pode ser feito o caminho até Juiz de Fora (conforme a opção 1 do Rio de Janeiro) ou seguindo para São João Del Rei e seguir a BR-383 por 106 Km.

b) ÔNIBUS:

Apesar de não ter sido minha escolha e acredito que seja muito mais caro e demorado ir de ônibus, abaixo estão as opções para quem deseja colocar a mochila do bagageiro e chegar de motorista até o local:

- Do Rio: Não há ônibus direto até onde eu sei, então o jeito é deslocar-se para outras cidades em que existem empresas que fazem o trajeto como: Juiz de Fora (Frota Nobre), Barra Mansa e Volta Redonda (Viação VAB);
- De São Paulo: Viação Cometa;
- De Belo Horizonte: Seguir para Juiz de Fora ou São João del Rei e lá existem empresas que fazem esse trajeto como Frota Nobre (Juiz de Fora) ou Viação Sandra (S.J.R)


PARTIDA PARA ANDRELÂNDIA

Com o planejamento de sair às 07h00, acabei saindo somente com um atraso técnico de 45 min. Para começar bem, ao sair do Rio, a saída para a Dutra estava fechada e foi necessário passar pela Av. Brasil. Trânsito parado!

O primeiro dia não poderia ser trocado, pois havia previsão de chuvas para os próximos dias e fazia parte do meu roteiro conhecer o Parque Arqueológico Serra de Santo Antônio, cujo acesso é por estrada de barro e seu acesso fica bastante ruim. Também é obrigatório o acompanhamento por guia e, se chovesse, eu duvido que algum guia aceitaria seguir no dilúvio...

Após se livrar da lentidão da Av. Brasil, o restante do trajeto foi tranquilo até chegar em Volta Redonda. Ao entrar na cidade, é um pouco confuso continuar a estrada certa. Se estiver sem GPS, o jeito é se informar sobre o caminho de Santa Rita de Jacutinga. Ao pegar a estrada certa para Santa Rita, não tem mais erro, as cidades no caminho são pequenas e impossíveis de se perder.

Depois de Volta Redonda, se passa por Nossa Senhora do Amparo, Santa Isabel do Rio Preto, Santa Rita de Jacutinga, Bom Jardim de Minas e Arantina.

Cruzamento de linha férrea nos caminhos para chegar em Andrelândia


CHEGANDO NO COMEÇO DA AVENTURA

Cheguei em torno de 13h30 e já subi o morro do Cristo Redentor. O local estava vazio e proporciona uma vista privilegiada da cidade de Andrelândia. Lá de cima já se pode avistar toda a parte histórica da cidade.

Lado a lado com o Cristo Redentor 


Vista panorâmica de Andrelândia


Descendo a rua principal se passa pela Igreja do Rosário, enfeitada ao arredor com lustres artesanais de garrafa pet, o Jardim do Relógio, a Praça Principal e a Igreja Matriz. Nada tão grande nem tão impressionante quanto outras cidades históricas de Minas, mas essa tem seu charme.

Depois de descer do Cristo, a primeira construção histórica começa com a Igreja do Rosário 


Ruas enfeitadas com lustres de garrafa pet 


A fachada da igreja fundada em 1817 dá show de conservação


O nome da cidade homenageia André da Silveira, fazendeiro que foi um dos primeiros povoadores da região e que em 1749 pediu autorização ao Bispo de Mariana (cidade que até então era a capital das Minas Gerais) para a construção de uma capela em culto a Nossa Senhora do Porto (local da atual Igreja Matriz). O arraial formado em volta dessa capela se chamava Vila Bela do Turvo (rio que banha o local) e somente em 1930 foi batizada de Andrelândia.

 Jardim Sebastião Fonseca: a praça do relógio


 Relógio gigante na praça de frente à Igreja do Rosário


Na praça principal, em frente à Igreja Matriz está o Marco de Sesmaria. O marco de pedra possui quatro cruzes gravadas como símbolo da fé dos primeiros conquistadores que povoaram a região.

 Marco de Sesmaria do século 18


A bem conservada Igreja Matriz de Nossa Senhora do Porto da Eterna Salvação


Casarão histórico da fundação Guairá, venda de artesanatos


Depois de almoçar um prato BBB (bom, bonito e barato) servido num barzinho azul no final da rua principal, foi feito o último contato com o guia pelo telefone. Antes de partir nesta viagem eu havia entrado em contato com alguns guias que estavam numa lista do site do Parque Arqueológico.

Comida caseira num boteco antes de seguir viagem


No caminho ainda me deparei com algo excêntrico, a incrível igreja dos “dedinhos”(!) cuja forma pode fazer os mais distraídos confundirem com um gesto obsceno! Mas não, é em formato de mão com dois dedos apontando para cima. Na verdade, essa é a Igreja de São Benedito construída em 1936.

Quando eu achei que já tinha visto de tudo... suje a igreja dos dedos!


Foi ali naquele ponto de referência que eu informei minha localização para o guia. Ele chegou de moto e me fez segui-lo até a próxima aventura do dia, algo muito mais antigo no Parque Arqueológico Serra de Santo Antônio.



GASTOS (Dezembro 2013)

Gasolina – R$ 58,83

Pedágio na Dutra (Seropédica) – R$ 10,10

3 garrafas de 1L e meio de água – R$ 5,70

Almoço – R$ 22,00



MEU ROTEIRO

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Sobre o autor

Sobre o autor
Renan é carioca, mochileiro, historiador e arqueólogo. Gosta de viajar, fazer trilhas, academia, ler sobre a história do mundo e os mistérios da arqueologia, sempre comparando os lados opostos de cada teoria. Cada viagem que faz é fruto de muito planejamento e busca conhecer o máximo de lugares possíveis no curto período que tem disponível. Acredita que a história foi e continua sendo distorcida para beneficiar alguns grupos, e somente explorando a verdade oculta no passado é que se consegue montar o quebra-cabeça do mundo.